Na nossa ação procuramos que os objetos artísticos que criamos se confrontem com a máxima responsabilidade do espetador, permitindo-lhe uma apropriação ativa dos mesmos.
A obra aponta vias para a emancipação do espetador.
Por emancipação compreendemos ação.
A criação surge no sentido de desmantelar as fronteiras entre os que agem e os que vêem, tornando-se o objeto artístico potenciador de interpretações múltiplas e simultâneas no mesmo espaço e tempo.
“A emancipação começa quando se compreende que o olhar é também uma ação” (Rancière, O espetador emancipado)
Preferimos o uso da palavra ação, em vez do termo teatro, no sentido em que o último se torne lugar de confronto do público consigo próprio, enquanto coletivo, por oposição à distância da representação. Entendemos o acontecimento ao vivo, enquanto espaço de manifestação estética e política dos seus intervenientes, onde não existe qualquer regra específica, qualquer hierarquia dos temas, dos géneros e das artes.
O acontecimento ao vivo será assim um momento de pura suspensão, em que a experiência é apreendida como criação de uma humanidade específica.
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